Nações Construídas sobre Mentiras
Como os EUA se Tornaram Ricos
Volume 1 – Parte 4
CHINESE ENGLISH POLSKI PORTUGUESE SPANISH
© Larry Romanoff, October, 2021
Parte 4 – Roubo e Cópia da Propriedade Intelectual (Parte 4B)
Conteúdo da Parte 4 (Dividido em Parte A, B, C, D)
Parte A
O Grande Roubo Internacional
As Apreensões da Primeira Guerra Mundial
Parte B
Operação Paperclip – Segunda Guerra Mundial
Parte C
Retrospectiva da América
E o vencedor das “Olimpíadas da Plagiação’ é:
Uma Nação de Foras-da-lei
Uma Lição Trágica
Parte B
Operação Paperclip
O Maior Roubo de Propriedade Intelectual da História
A Operação Paperclip contém várias partes que irei discutir separadamente. Brevemente e na sequência do grande sucesso após a Primeira Guerra Mundial, o objectivo geral inicial da Operação Paperclip e da sua operação progenitora Overcast, era pilhar ao máximo, a Alemanha de todo o seu conhecimento científico e industrial. O plano original era roubar documentos e, sempre que possível, amostras de trabalho, mas a profundidade e amplitude do conhecimento industrial alemão revelaram-se demasiado complexas para serem compreendidas de forma útil a partir de um simples exame de documentos. Apesar do imenso espólio de conhecimentos científicos, técnicos e industriais confiscados na Alemanha, os EUA não conseguiram beneficiar devido à falta de ‘know-how‘. Tornou-se rapidamente evidente, que o processo exigiria um amplo debate entre cientistas e técnicos alemães para obter conhecimentos de trabalho adequado sobre a teoria e sobre os processos industriais e científicos alemães. Esta compreensão levou imediatamente à criação de vastos campos de internamento que continham todos os cientistas e técnicos que os americanos poderiam levar sob prisão, antes da chegada dos russos e de outros, onde estas pessoas poderiam ser interrogadas ao longo do tempo. Quando se tornou visível que a pilhagem e o interrogatório seriam insuficientes, a Operação Overcast transformou-se na Operação Paperclip, que envolveu a transferência forçada de inúmeros milhares destes mesmos indivíduos para os EUA.
Havia mais duas vagas separadas e, mais ou menos, não relacionadas, destas transferências forçadas que, geralmente, caiam sob a alçada deste denominado ” Projecto Paperclip“. Não envolviam segredos de benefício militar ou comercial, mas sim competências relacionadas com política, espionagem e o lado negro do terrorismo, da tortura e do domínio mundial. Uma porção dizia respeito à determinação dos americanos em construir uma rede europeia de espionagem e de operações secretas para conter a Rússia e obter o controlo político da Europa Ocidental. Incluiu o recrutamento de uma vasta rede de espionagem, liderada por um homem chamado Reinhard Gehlen, que incluía uma capacidade substancial de “operações negras” e era especializada na atracção e treino de terroristas internos. A Operação Gladio, que produziu na Europa, décadas de terrorismo patrocinado pelos EUA, foi um resultado directo deste ramo do Paperclip.
Outra característica ainda mais sinistra e mortal, foi o interesse patológico dos americanos pelo interrogatório e pela tortura, pela guerra química e biológica e pela experimentação humana, que levou à importação de milhares de indivíduos, tanto da Alemanha como do Japão, com o objectivo específico de transferir para as mentes americanas a compilação mundial da perversão documentada nestas áreas. A partir de então, o governo dos EUA criou um vasto grupo de alemães e, especialmente, de japoneses com experiência nas competências obscuras da tortura e das técnicas de interrogatório, na experimentação humana e na guerra biológica. Durante muitas décadas, estes “peritos” importados serviram os seus mestres americanos em projectos secretos, em Fort Bragg e Fort Detrick. Como um autor observou, “Os militares americanos não demoraram a aplicar grande parte deste conhecimento, utilizando a sua experiência recentemente adquirida em armamento biológico contra civis na Grécia, na Coreia e no Vietname”. Estes programas nunca pararam. Eles tornaram-se, brevemente, de domínio público, durante as guerras da Coreia e do Vietname, durante a exposição dos militares americanos da chamada “Universidade das Américas” e, mais uma vez, durante a guerra do Iraque, em Abu Ghraib e Guantanamo Bay. Vale a pena notar que grande parte desta “investigação” ocorreu quando George H. W. Bush era o chefe da CIA. E assim, outro resultado directo do Projecto Paperclip foi o vasto Programa MK-Ultra da CIA, que incluía lavagem ao cérebro, tortura e uma terrível litania de abusos humanos que perdura até aos dias de hoje. Tratarei destes dois últimos casos num livro posterior desta série.
A Operação Overcast foi descrita como sendo “um empreendimento logístico tão vasto como o de qualquer grande campanha de guerra, envolvendo um pré-planeamento e uma coordenação gigantesca que incluía literalmente dezenas de agências e de departamentos governamentais, grupos auxiliares como a Biblioteca do Congresso, centenas de empresas norteamericanas e inúmeros milhares de indivíduos”. Actualmente esta operação é geralmente identificada como sendo uma imigração/transferência para os EUA, de cientistas e técnicos alemães do pós-guerra, principalmente os que possuíam conhecimentos e competências militares úteis, mas começou num lugar diferente e expandiu-se muito para além desta versão histórica limitada. Como aconteceu praticamente em todas as outras áreas, a História Americana foi revista, reescrita, apagada e sanificada, a fim de evitar que a verdade escapasse para o mundo em geral.
Como vimos, a Alemanha já tinha sido saqueada impiedosamente após a Primeira Guerra Mundial, incluindo a confiscação de praticamente todos os seus bens e haveres valiosos no estrangeiro (14a) (14b) (14c) (14d) (14e) (14f) e os planos estavam bem encaminhados para repetir o processo, muito antes do fim da Segunda Guerra. No seguimento e com base no grande êxito após a Primeira Grande Guerra Mundial, os americanos decidiram renunciar ao que agora eram percebidos como benefícios moderados, de simplesmente confiscar as empresas alemãs e roubar as suas patentes e propriedade intelectual em países estrangeiros. Planearam então, ir directamente à fonte e pilhar toda a nação da Alemanha. É necessário apreciar a determinação quase selvagem dos americanos em sacar os conhecimentos da Alemanha ao máximo possível, estimulados, em grande parte, por uma determinação igual de negar estes despojos de guerra à Rússia. Para consegui-lo, a logística e a gestão de todo este vasto programa de pilhagem estavam firmemente implantadas em 1942 ou 1943, que era então conhecidas pelo nome de código de Operação Overcast, que deveria ser uma caça ao tesouro em toda a Alemanha ocupada como sendo o conjunto dos despojos militares e científicos.
Para alcançar este fim, os americanos estavam prontos muito antes da Alemanha se render, ao ponto de centenas de equipas de cientistas e de industriais, de militares e de outros especialistas, estarem virtualmente integradas nas tropas, durante o seu último assalto terrestre à Alemanha. Estas equipas de recolha de Propriedade Intelectual estavam, somente, minutos ou horas atrasadas em relação às tropas, entrando frequentemente em áreas perigosas, na sua corrida precipitada para confiscar tudo o que fosse útil para que não fosse destruído antes da sua chegada. Estas centenas de pequenos grupos bem preparados tinham sido seleccionados com antecedência e eram geralmente peritos nas suas áreas de conhecimento, quer esses mesmos conhecimentos fossem científicos, militares ou industriais e estavam preparados para avaliar que material era útil ou valioso para o seu campo específico de especialização.
Alguns grupos estavam encarregados de recolher e avaliar material militar, mas de longe, o maior contingente foi o TIIB (Technical Industrial Intelligence Branch), o Ramo de Inteligência/Serviços Secretos da Técnica Industrial, que fazia parte do Departamento de Comércio dos EUA e estava encarregado de examinar cada segmento da indústria alemã e de recolher toda e qualquer informação, incluindo documentos, patentes, processos, modelos, amostras de trabalho, tudo o que pudesse ser de interesse ou de utilidade para as empresas industriais americanas. Michaels observou que, só em 1946, o TIIB enviou mais de 400 investigadores à Alemanha para fins comerciais e que só eles confiscaram milhões de páginas de documentos e centenas de milhares de quilos de amostras de equipamentos e produtos. Até a Biblioteca do Congresso tinha a sua própria Missão Estrangeira que era destinada a localizar e a confiscar todos os livros e revistas publicados na Alemanha que pudessem ser de interesse para qualquer parte da América empresarial ou científica.
Todo o tipo de empresa alemã era um alvo neste processo, independentemente da sua dimensão, desde que pudesse conter informações de investigação ou produtos de potencial utilização para as empresas americanas. Michaels observa que “muita desta informação já tinha sido compilada e disponibilizada … pelas agências dos serviços secretos dos Estados Unidos”, o que significa que estas equipas estavam bem informadas e sabiam onde começar as suas pesquisas. Em particular, todas as universidades, institutos de investigação, gabinetes de patentes, laboratórios de todos os tipos, todas as agências governamentais como o equivalente na Alemanha a um Conselho Nacional de Investigação e muito mais, todos estavam nessa lista. As bibliotecas eram outra especialidade, não só a versão pública, mas mais notadamente as existentes dentro de grandes empresas como a I.G. Farben ou os fabricantes alemães de aviões, que continham não só muitas dezenas de milhares de livros e outras publicações, mas também investigação valiosa e informação confidencial que não era do domínio público. E, claro, as instalações físicas de todas as empresas industriais alemãs foram directamente visadas por estas missões de busca e apreensão, incluindo empresas químicas como a I. G. Farben, empresas de automóveis como a Volkswagen, grandes empresas aeronáuticas como a Dornier e Messerschmitt, empresas farmacêuticas como a Hoescht, mas as buscas abrangeram praticamente tudo. As instalações internas de investigação destes milhares de empresas foram esvaziadas de todos os seus documentos de investigação, publicações e informação confidencial. Fábricas inteiras e instalações de produção foram passadas a pente fino na busca de tudo o que tivesse valor comercial. Até a fábrica de peluches Steiff foi esvaziada dos seus padrões, livros e documentos confidenciais, métodos de produção, patentes e amostras de ursos de peluche.
A primeira parte desta Operação Overcast foi o roubo total de tudo o que não estava especificado, incluindo – mas não só, amostras de aviões, veículos e todo o tipo de produtos e invenções, bem como bibliotecas de livros e documentos científicos literalmente não especificados. Os americanos roubaram totalmente ficheiros e arquivos empresariais, gabinetes governamentais de patentes, bibliotecas universitárias e arquivos de documentos, armazéns inteiros de arquivos militares e muito mais. Michaels diz-nos que passaram pelos armazéns de impressão e microfichas da Alemanha em ondas e o que uma onda não roubou, fê-lo a onda seguinte, até que praticamente nada ficou. Só o transporte dos documentos atingiu dezenas de milhares de toneladas. Ninguém contou o número de amostras, protótipos e modelos de trabalho, de veículos, aviões, aparelhos militares e de um vasto número de artigos comerciais – e o número de livros roubados foi provavelmente na ordem dos milhões. Theodore von Karman, um cientista aeronáutico de fama mundial que era membro de uma das equipas de busca e apreensão, escreveu que mais de 3 milhões de documentos com peso superior a 1.500 toneladas foram recolhidos e enviados para os EUA num só lote, referido mais tarde como “o filão-mãe”. Eis os seus comentários:
“O Relatório Anual do Secretário do Comércio de 1946 fala de 3.500.000 páginas que a TIIB (o Ramo de Inteligência da Técnica Industrial) seleccionou. Se acrescentarmos os documentos trazidos para os Estados Unidos e processados no Wright Field [relacionados com aviões], e os depositados na Biblioteca do Congresso, então o número de páginas torna-se astronómico. Lembro-me que, quando cheguei à Biblioteca em 1957, havia grandes caixas verdes, ‘footlockers’ de 8 pés de comprimento, guardadas, até aos tectos, nos corredores e vestíbulos do 4º andar do Edifício Adams, contendo documentos a serem processados pelas Divisões de Informação Aérea e de Tecnologia Aérea, contratadas pela Força Aérea”.
E isto foi apenas o transporte de informação militar. O volume científico, comercial, industrial e de investigação teria acrescentado enormemente ao total, tal como as colecções obtidas pela Biblioteca do Congresso dos EUA, que tinha a missão de confiscar, mais ou menos, quaisquer livros e publicações que pudesse encontrar e o volume de livros roubados estava na ordem de incontáveis centenas de milhares, para não falar do vasto espólio de material comercial que extorquiu. Michaels escreveu: “Não estou certo de que houvesse, no final, uma contabilidade exacta de quantos documentos ou páginas foram retirados da Alemanha, ou se isso teria sido possível. Alguns documentos continham mais de 1.000 páginas, outros, como os pedidos de patentes, apenas uma”.
A Segunda Onda – Emigração Forçada
A intenção original (do projecto denominado Operation Overcast/Operação Encoberta) era roubar documentos e amostras de trabalho e interrogar os cientistas sempre que fosse necessário, a fim de obter conhecimentos da teoria e dos processos de trabalho. Visto que a extensão necessária do interrogatório não podia ser razoavelmente conhecida com antecedência, o plano era reunir todos os cientistas e técnicos alemães para evitar a sua dispersão e prendê-los em campos de concentração, até que pudessem ser totalmente interrogados e fosse extraída toda a informação útil. No entanto, o conhecimento alemão estava muito adiantado em relação a tudo o que os americanos imaginavam e quase se aperceberam no início, que a simples confiscação e reunião de informação seria completamente insuficiente. Como exemplo, os militares americanos localizaram e ‘libertaram’ os componentes para mais de 100 foguetões V-2, mas descobriram que não tinham ideia de como montar as peças nem qualquer compreensão dos princípios científicos ou da mecânica da maneira como os foguetões funcionavam. A partir deste único dilema e de tantos outros, em tantas áreas industriais, os americanos perceberam que, tal como aconteceu depois da Primeira Guerra Mundial, estavam tão atrasados em relação à Alemanha que nem sequer eram capazes de compreender – e muito menos de utilizar – muito do conhecimento científico e outros conhecimentos que tinham roubado. Perceberam que não tinham outra escolha senão transferir para os EUA, milhares de engenheiros e técnicos detidos e, eventualmente, também um grande número de operários qualificados. Como um autor observou,
“A experiência americana do desespero possível de conseguir decifrar o programa de foguetões da guerra da Alemanha, levou rapidamente à solução de confiscar não só a documentação e os produtos mas também as pessoas, de centenas de outros processos científicos, militares e comerciais”. E assim nasceu o projecto a que agora geralmente nos referimos como Operação Paperclip”.
Não foi reconhecido na narrativa histórica, mas estas deportações forçadas – dos alemães e dos japoneses a ser enviados para os EUA – “quer eles quisessem ou não quisessem”. A alternativa que lhes foi apresentada foi um julgamento e provável execução como criminosos de guerra, tendo os EUA essencialmente plena autoridade e discrição para fazer estas determinações e deixando assim as vítimas com pouca escolha. Estas “deslocações” não só eram forçadas, como também eram abruptas, com apenas um dia de pré-aviso em muitos casos:
“Por ordem do Governo Militar, deverá apresentar-se com a sua família e bagagem – tanto quanto puder transportar – amanhã, do meio-dia às 1300 horas (sexta-feira, 22 de Junho de 1945), na praça da cidade, em Bitterfeld. Não há necessidade de trazer roupa de Inverno. Os bens facilmente transportados, tais como documentos familiares, jóias e afins, devem ser levados consigo. Será transportado em veículo motorizado até à estação ferroviária mais próxima. De lá seguirá para o Ocidente. Por favor, diga ao portador desta carta qual é o tamanho da sua família”.
Enquanto estas primeiras ondas consistiam em transferências de pessoal para benefício exclusivamente militar, todas as ondas seguintes eram de interesse puramente comercial, os americanos a forçar a importação de cientistas, técnicos, operários qualificados e artesãos especializados em praticamente todas as indústrias, incluindo aço, fabrico de metais, vidro, porcelana, impressão, corantes e tecidos, electrónica, instrumentos musicais, fabrico de automóveis, design de aviões. A lista é quase interminável. Os EUA importaram artesãos especializados da Alemanha em muitas indústrias, para melhorar as competências da sua indústria nacional e para criar novos ofícios e indústrias.
Depois de um novo interrogatório ter sido considerado impossível, e muitos milhares dos mais atraentes candidatos ao conhecimento terem sido transferidos para os EUA, havia ainda um enorme remanescente nos campos de concentração americanos na Alemanha, pessoas das quais os americanos já não tinham necessidade, mas alegavam ter relutância em deixar qualquer resíduo intelectual para os russos. Este facto, por sua vez, levou a um plano do General americano R. L. Walsh, conhecido como o programa alemão “Urwald-Programm” ou programa da selva (15a) (15b) (15c) (15d) (15e) (15f), que era um plano maciço para dispersar e reinstalar estas pessoas o mais amplamente possível em qualquer lugar e em todo o Terceiro Mundo, como uma forma de evitar que a Alemanha voltasse a formar uma massa crítica de conhecimentos industriais.
Mas este é mais um mito histórico que encobre mais uma agenda sinistra. Se este grande remanescente de centenas de milhares de cientistas, técnicos e artesãos fosse considerado inútil para os EUA, seria igualmente inútil para a Rússia. A verdadeira intenção era completar a destruição total da Alemanha, privando para sempre o país não só das suas melhores mentes científicas que já tinham sido transferidas para os EUA, mas também privar para sempre a Alemanha de todo este segundo e terceiro nível de intelectuais científicos, para impedir totalmente uma tentativa alemã de se reconstruir a si própria após a guerra – porque, afinal, a destruição da Alemanha era um dos principais objectivos originais do Projecto Paperclip e dos seus muitos irmãos, como era a própria guerra. Aqueles que não foram transferidos para os EUA ou para o Reino Unido ou espalhados pelo mundo, foram inicialmente mantidos isolados e encarcerados durante anos, incapacitando efectivamente qualquer possibilidade de recuperação da Alemanha. Mas no final, aqueles que “foram interrogados e não eram considerados especialmente valiosos”, milhões de pessoas foram, ou executadas de imediato ou mortas à fome, totalizando milhões de alemães, uma grande parte do conteúdo do livro “Other Losses”, de Bacque (16). É de notar, como Bacque fez, que a morte pela fome de muitos milhões de civis alemães foi um processo planeado e deliberado que acabou por englobar 12 a 14 milhões de cidadãos alemães mortos nos cinco anos após o fim da guerra (17) (18a) (18b) (18c) (18d) Estes campos de concentração eram famosos e designados como os “Campos da Morte de Eisenhower”.
Parece agora que as fotos habituais que todos vimos, de pilhas de cadáveres macilentos, não eram de judeus mortos pelos alemães (como nos foi dito) mas de alemães mortos pelos americanos. Um número indeterminado de prisioneiros e mortos eram mulheres e mais do que muitos, eram crianças.
Em 1987, Tom Bower escreveu um livro intitulado “The Paperclip Conspiracy” (19) no qual referia em pormenor, a extensão e o valor só para os militares americanos, da importação destes cientistas alemães. Enumerava dezenas de empreendimentos alemães excepcionais, que estavam muito para além da capacidade dos EUA na altura: os modelos e conceitos de motores de aviões mais recentes, aviões muito aperfeiçoados, controlo de mísseis guiados, reabastecimento em pleno voo, ligas de alta temperatura, óptica de precisão, detectores de infravermelhos, novos motores diesel, novos combustíveis e lubrificantes, um túnel de vento a funcionar a Mach 8, que operava três vezes mais veloz e dez anos à frente do melhor americano, reconhecimento e mapeamento da alta altitude, armas acústicas. Referiu, também, a opinião dos militares americanos de que os alemães tinham “feito contribuições de natureza invulgar e fundamental” nos domínios da concepção e do desenvolvimento de equipamento, geradores, técnicas de microondas e estruturas de cristal. Numa crítica deste livro, a Editora Weekly escreveu: “As revelações de Bower são individualmente chocantes e, ao mesmo tempo, devastadoras . . . irão aterrorizar os leitores”.
Aqui estão algumas observações parafraseadas do livro de Bower:
De acordo com a opinião dos dirigentes militares americanos da época, os alemães eram “especialistas espantosos…. os melhores disponíveis no mundo de hoje”, que possuíam um nível de “educação e formação profissional muito superior ao de qualquer pessoal americano disponível”. Segundo a investigação de Bower, os funcionários americanos afirmavam: “Estes engenheiros alemães são industriais, têm formação técnica e científica inigualável, têm experiência de produção e operação em todos os tipos de modelos e conceitos de motores de aviões mais recentes e demonstraram iniciativa, invenção e prática de concepção”. Os oficiais militares afirmaram que a presença destes alemães estava a poupar à Força Aérea inúmeros milhões de dólares e dez anos de trabalho no desenvolvimento de armas.
Noutro artigo de Andrew Walker, ele escreveu que “o Major-General Hugh Knerr, vice-comandante da Força Aérea dos EUA na Europa, referiu: “A ocupação de estabelecimentos científicos e industriais alemães revelou o facto de estarmos alarmantemente atrasados em muitos campos de investigação. Se não aproveitarmos a oportunidade de utilizar o mecanismo e os cérebros que o desenvolveram e voltarmos a pôr a combinação a funcionar prontamente, ficaremos … anos atrasados, enquanto tentamos abranger um campo já explorado”.
Os peritos militares norteamericanos declararam que estes engenheiros e cientistas alemães trouxeram para os EUA empreendimentos notáveis que, nessa altura, estavam muito para além da capacidade americana. Em termos específicos, incluiam o controlo de mísseis guiados, as técnicas de reabastecimento em voo, equipamento piloto para voo a grande altitude, ligas de alta temperatura, óptica de precisão, detectores de infravermelhos, novos motores diesel, novos combustíveis e lubrificantes, ligas de alta temperatura, óptica de precisão e uma pistola com mira nocturna – os caças “da época faziam a diferença”. Os alemães tinham um túnel de vento a funcionar a Mach 8, que possuia três vezes a velocidade e estava dez anos à frente do melhor túnel de vento americano. Também tinham atingido níveis espantosos na óptica de reconhecimento e mapeamento da alta altitude, armas acústicas, e muito mais. Bower mencionou ainda a opinião militar americana de que os alemães tinham “feito contribuições de natureza invulgar e fundamental” nos domínios da concepção e do desenvolvimento de equipamento, geradores, técnicas de microondas e estruturas de cristal.
Num artigo noticioso da BBC, de 21 de Novembro de 2005, intitulado “Projecto Paperclip – O Lado Negro da Lua” (20), Andrew Walker citou detalhes como há 60 anos estes cientistas alemães importados forneceram aos EUA a tecnologia de ponta, a qual ainda hoje eles lideram. Ele afirma, como tantos outros, que “O alcance do feito técnico da Alemanha surpreendeu os peritos da inteligência científica Aliada que acompanharam as forças invasoras em 1945”. Para além dos artigos referidos no livro de Tom Bower, Walker menciona “foguetões supersónicos, gás nervoso, aviões a jacto, mísseis guiados, tecnologia furtiva e blindagem endurecida” como sendo, apenas, algumas das tecnologias revolucionárias desenvolvidas na Alemanha durante a guerra. As forças norteamericanas recuperaram e removeram os componentes de cerca de 100 mísseis balísticos V-2 alemães do complexo subterrâneo Nordhausen e transportaram-nos como também Wernher von Braun, da Alemanha para os campos de provas das Areias Brancas, no Novo México. Foi von Braun quem idealizou, completamente, as aterragens lunares americanas, Arthur Rudolph, que liderou a equipa que concebeu e construiu o foguetão Saturn V e Hubertus Strughold que concebeu os sistemas de suporte de vida a bordo da NASA, enquanto outros especialistas alemães conceberam o Apollo e outros sistemas de lançamento.
Walker argumenta, tal como a maioria dos outros, que o Horten Ho 229 da Alemanha foi o primeiro avião furtivo, completado com uma pele que absorve o radar e uma forma de asa única e que o bombardeiro furtivo Northrop B-2, fabricado nos EUA (que custa 2 biliões de dólares cada um), é virtualmente uma cópia desse design alemão, de 1944. Observa também que os mísseis de cruzeiro americanos modernos, ainda se baseiam no design alemão de foguetões V-1 e que os aviões hipersónicos X-43A, da NASA, só existem devido ao pioneirismo alemão em aviões a jacto.
A seguir: Parte D
E o vencedor das ” Olimpíadas da Cópia” é:
Uma nação de Foras-de-Lei
Uma Lição Trágica
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A obra completa do Snr. Romanoff está traduzida em 32 idiomas e postada em mais de 150 sites de notícias e de política de origem estrangeira, em mais de 30 países, bem como em mais de 100 plataformas em inglês. Larry Romanoff, consultor administrativo e empresário aposentado, exerceu cargos executivos de responsabilidade em empresas de consultoria internacionais e foi detentor de uma empresa internacional de importação e exportação. Exerceu o cargo de Professor Visitante da Universidade Fudan de Shanghai, ministrando casos de estudo sobre assuntos internacionais a turmas avançadas de EMBA. O Snr. Romanoff reside em Shanghai e, de momento, está a escrever uma série de dez livros relacionados com a China e com o Ocidente. Contribuiu para a nova antologia de Cynthia McKinney, ‘When China Sneezes’ com o segundo capítulo, “Lidar com Demónios”.
O seu arquivo completo pode ser consultado em
https://www.bluemoonofshanghai.com/ e https://www.moonofshanghai.com/
Pode ser contactado através do email:
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Notas
Paperclip
(19) The Paperclip Conspiracy: The Hunt for the Nazi Scientists
https://www.amazon.com/Paperclip-Conspiracy-Hunt-Nazi-Scientists/dp/0316103993
(20) BBC: “Project Paperclip – Dark side of the Moon”
http://news.bbc.co.uk/1/hi/magazine/4443934.stm
Copyright © Larry Romanoff, Moon of Shanghai, Blue Moon of Shanghai, 2021
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Traduzido em exclusivo para PRAVDA PT
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
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